No ano de 2003, eu estava participando de uma reunião de conselheiros de Embaixadores do Rei para planejar o congresso estadual dos Embaixadores do Rei no Espírito Santo. Enquanto o coordenador dividia as tarefas, um convidado que nem era conselheiro (francamente nem sei o que ele fazia ali) disse que conhecia uns meninos da Igreja Tal que poderiam tocar no congresso. Então eu, preocupado, perguntei se esses meninos conheciam as músicas dos Embaixadores. A previsível resposta do elemento foi: "Eles tocam qualquer coisa". Ele não tinha a menor ideia do que estava falando, nem sabia direito o que eram os Embaixadores do Rei.
Deixe-me explicar a minha indignação. Eu via isso acontecer em eventos de igreja e vejo acontecer ainda hoje. O pregador é escolhido com cuidado, bem preparado, que comunique bem, saiba prender a atenção e com conteúdo. A música qualquer coisa serve. Os eventos de Embaixadores vinham sofrendo com bandas de garotos sem preparo espiritual que tocavam o que desse na telha, sem muito objetivo, sem se preocupar se as músicas eram conhecidas ou não, se tinham a ver com as coisas ensinadas nos eventos. A maioria das vezes nem tocavam o hino oficial.
Eles já iam aceitar a sugestão do elemento, quando eu disse: "Espera! Eu tenho uma banda que toca as músicas dos Embaixadores. Vou ficar com essa parte." Acreditaram em mim e aceitaram.
Eu não estava mentindo. Meu irmão é um bom músico e me acompanharia no que eu falasse. Meu amigo Luciano, baterista da equipe de louvor da nossa igreja, também me acompanharia. Nem eu nem meu irmão tínhamos tocado contra-baixo ainda, mas dava tempo de um de nós aprender. A banda estava formada: baixista, guitarrista, baterista, vocalista e nem um instrumento.
Fomos pra igreja e ensaiamos os cânticos do velho hinário dos Embaixadores do Rei, com canções dos anos 50 a 70, em ska punk, misturado com reggae. Foi um tremendo sucesso. As embaixadas iniciantes agora aprenderiam os cânticos e a cada ano (desde então tocamos em todos os congressos estaduais) ensinávamos mais. No ano seguinte fizemos um concurso entre os garotos para escolher o nome da banda. Muitos nomes interessantes surgiram, como Exterminadores do Capeta e Assassinos do Demo, mas nenhum que combinasse com a gente.
No evento seguinte, o primeiro Comunhão Serra (conclave que une Embaixadores e Mensageiras na cidade de Serra-ES), no caminho, enquanto cada um dava um nome eu sugeri Banda de Lá. O significado nunca ficou muito claro e nem foi bem aceito, mas por falta de outro nome acabou ficando. Falei que quando partimos uma melancia em duas bandas temos a banda de cá e a banda de lá; o Clauber disse que era porque a gente perguntava quando ia tocar em algum lugar: "lá tem instrumentos"? Ou ainda que Jesus disse a beira do mar da Galileia: "vamos para a banda de lá." ou por causa do cântico "lá está o meu tesouro...".
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